segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A morte de Ivan Ilitch - Lev Tolstoi

 A morte de Ivan Ilitch, de Lev Tolstoi (Leya)
Título original: Смерть Ивана Ильича (Smert' Ivana Ilyicha)
Ano: 1886
Tradução para a Língua Portuguesa: António Pescada

 Sinopse:
 Aclamada como uma das maiores obras-primas sobre a temática da morte, esta é a história de Ilitch, um juiz respeitado que, apercebendo-se da morte próxima, se interroga sobre as suas escolhas, percurso de vida e a mentira em que vive.

Diz ainda António Lobo Antunes sobre este livro:
"Este livro tão breve, uma das maiores obra-primas do espírito humano, tem sido, desde a sua publicação, um motivo de controvérsia para a crítica: trata-se de uma obra sobre a morte ou de uma obra que nega a morte?"

Neste pequeno romance seguimos a vida de Ivan Ilitch, um juíz que durante toda a sua vida seguiu o jogo das aparências, quer no seu trabalho como no seu casamento e relações sociais. É, de facto, por este o motivo que, ao vêr-se às portas da morte, é abandonado à sua dor nos últimos meses da sua doença.
Ilitch vê assim que, para os outros, a sua inevitável morte é vista como uma oportunidade de promoção profissional. Em segredo, amigos e colegas queixam-se do prolongamento da sua doença que só tarda em definir as novas posições sociais e profissionais. Todas as personagens à volta de Ilitch têm no seu âmago algum interesse material na sua morte ou, no caso de outras, na sua sobrevivência, mas sempre por interesses pessoais,  e nenhum sentimento de verdadeira compaixão é partilhado com ele.
Este é um livro sobre a morte, o sentido da vida, a solidão em que vivemos a maior parte dela, os pormenores quotidianos que definem o nosso destino, a doença, e a procura de felicidade.
A minha opinião sobre o romance, não conhecendo ainda outras obras de Tolstoi, é que se trata de um livro que, embora curto, tem uma quantidade razoável de sub-temas que o autor explora com mais consciência do que, na minha opinião, genialidade.
Uma comparação que faço, talvez erradamente, é com A confissão de Lúcio, de Sá-Carneiro, apenas pelo simples facto de ter lido estes dois livros na mesma altura. E achei este livro de Tolstoi menos genial, ou original, do que o de Sá-Carneiro, mas isso é apenas uma opinião pessoal que com certeza não será partilhada por todos, já que são ambos os livros diferentes tanto no tema como na forma de o abordar.


Escrita: 8/10
História: 7/10
Personagens: 7/10
Geral: 7/10


1 comentário:

  1. Já li este! Adoro a forma que ele desenrola o velório sendo que o morto é a parte menos importante da história, e a possibilidade de morte um fato incrível. Ninguém quer morrer, e o fato de um conhecido morrer faz as pessoas pensarem que a qualquer momento a morte pode ser uma realidade.

    E não é mesmo?

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