A confissão de Lúcio, de Mário de Sá-Carneiro (Leya)
Ano: 1914
Sinopse:
De entre as novelas de Sá-Carneiro, A Confissão de Lúcio foi considerada por José Régio uma obra-prima, onde estão presentes três das suas obsessões: o suicídio, o amor e o anormal avançando até à loucura.
O livro conta a história de Lúcio que foi condenado a cumprir uma pena de dez anos de prisão pelo
homicídio de seu amigo Ricardo de Loureiro. Após ter cumprido
integralmente a pena, Lúcio confessa-se inocente e promete relatar toda a
verdade, por mais inverosímil que possa parecer.
Este foi o livro que primeiro me deu a conhecer o génio de Mário de Sá-Carneiro. Sendo um impulsionador, juntamente com Fernando Pessoa, seu amigo íntimo, do primeiro movimento modernista em Portugal, podemos nesta sua obra observar a vanguarda literária em que Sá-Carneiro se encontrava, adoptando um estilo de escrita único cheio de interseccionismos. Neste livro, Lúcio é mais uma das personagens-tipo de Sá-Carneiro, um homem que se encontra entre a loucura e a sanidade e que se vê de repente colocado num triângulo amoroso com o seu melhor amigo Ricardo e a respectiva esposa, a misteriosa Marta. O desfecho é, como sempre em Sá-Carneiro, misterioso e sujeito a diferentes interpretações, mas que nem por isso deixa de resultar numa grande obra.
A avaliação deste livro pode ser influenciada pelo momento de paixão que estou a atravessar por Mário de Sá-Carneiro, tendo já lido entretanto outras obras suas cujo comentário espero em breve deixar aqui no Capítulo Nosso. Assim sendo, avalio o livro desta forma:
Escrita: 9/10
História: 8/10
Personagens: 9/10
Geral: 9/10
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