domingo, 14 de setembro de 2014

A irmã - Sándor Márai

A irmã, de Sándor Márai (D.Quixote)
Título original: A Növér
Ano: 1946
Tradução para Língua Portuguesa:
Piroska Felkai

Sinopse:
No auge da sua carreira como pianista, Z. apanha um comboio com destino a Florença, cidade onde, a convite do governo italiano, irá dar um concerto. Pouco antes de cruzar a fronteira, é acometido por uma indisposição, e, depois da sua atuação, acaba por ser internado num hospital florentino, sendo-lhe diagnosticada uma rara doença viral. Aí, enquanto paira entre a vida e a morte, Z. levará a cabo um diálogo intenso e crítico com o seu médico, uma indagação sem concessões sobre o precário equilíbrio entre o poder curativo da ciência e o espírito de luta do paciente. Uma noite, presa do delírio causado pela morfina, Z. escuta uma voz feminina, que lhe sussurra: «Não quero que morra.» E estas palavras terão nele um efeito medicinal, levando-o a repensar aspectos fundamentais da sua vida. Será aquela «força feminina», aquela energia que age mascarada, a lutar por ele, a trazê-lo de volta à vida.
Escrito em 1946, no seguimento de As Velas Ardem até ao Fim, este romance é mais um claro exemplo da especial sensibilidade e talento do grande escritor húngaro para abordar as principais preocupações do ser humano, aquelas que transcendem as fronteiras históricas e geográficas. A paixão, o sofrimento, a doença, o êxtase provocado pela arte e o mistério da morte são alguns dos temas intemporais que Sándor Márai aborda de forma magistral ao longo destas páginas - a última obra que publicou no seu país, antes de partir para o exílio.

Este é o sétimo livro de Márái a ser publicado em português. Nele encontramos temas em comum com outras suas obras, mas acima de tudo encontramos temas transversais a todo o ser humano, o que faz com que as obras de Sándor Márai não sejam tão relevantes como romances, mas sim como estudos quase metafísicos. Márai despe as sensações e emoções até se aproximar da verdade em cada uma delas. Neste livro, Márai despe temas como a doença, o amor, a morte, a arte, e é difícil para qualquer leitor não se sentir identificado com as novas sensações que o autor nos transmite ao desmascarar cada um desses conceitos.
Depois de As velas ardem até ao fim, A irmã encontra-se, para mim, em tão grande plano como as suas obras A ilha e A mulher certa.

Escrita: 8/10
História: 7/10
Personagens: 8/10
Geral: 8/10

 Outros livros do autor comentados em Capítulo Nosso:
As velas ardem até ao fim;
Rebeldes;
A herança de Eszter.

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